domingo, setembro 21, 2008

Aqueduto de Elvas



arquitectos portugueses
Francisco de Arruda, 1542 (com D. João III), et. al.

domingo, novembro 20, 2005

para além da ortodoxia




habitar
Alvar Aalto, Casa Munkkiniemi, Helsínquia, 1936

Antonio Bonet Castellana, La Rinconada, Portezuelo, 1948
Marcel Breuer, Casa Marcel Breuer II, New Canaan (Connecticut), 1947-1948

Le Corbusier, Pierre Jeanneret, Unidade de Habitação de Marselha, Marselha, 1947-1952
Charles e Ray Eames, Casa Eames, Los Angeles, 1945-1949
Nuno Teotónio Pereira, Bartolomeu Costa Cabral, Bloco das Águas Livres, Lisboa, 1953-1955

sábado, novembro 19, 2005

arbitrariedade em arquitectura


fábrica, Zaragoza, 1965-1967
No discurso de ingresso na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando (Madrid, Janeiro, 2005), com o título "Sobre el concepto de arbitrariedad en arquitectura", Rafael Moneo prossegue o exame da actual cultura arquitectónica.(1) O seu discurso é um instrumento contundente na análise da arquitectura contemporânea e teoricamente incontornável no panorama actual da escrita disciplinar. A sua investigação cruza aspectos fundamentais: a obra construída de que é autor, o estudo detalhado de outras obras de arquitectura e a reflexão teórica. Rafael Moneo não evita, contornando, a importância de estabelecer uma análise e crítica da arquitectura contemporânea, ou seja, de lhe conferir um valor na sua posição, nem a importância de fundamentar a sua interpretação pela afirmação da tradição disciplinar e do seu processo histórico. A sua hipótese estava já colocada. Em 1985 Moneo identificava a clivagem no entendimento do que é Arquitectura, aspecto que moldará a produção arquitectónica desde as ultimas décadas do século XX. Forma construtiva e forma arquitectónica. É a actual Construção o verdadeiro suporte da Forma? Crítico e discordante da actual tendência em reduzir a formulação da arquitectura à representação dos conflitos culturais da nossa época, centrados em termos como comunicação, imagem ou global, defende que a dimensão tectónica é a origem de uma poética construtiva e a única via para a recusa das estratégias cenográficas presentes em algumas arquitecturas contemporâneas.

Na aula "The Solitude of Buildings" de tomada de posse como Director do Department of Architecture of the Havard University Graduate School of Design (Março, 1985), Rafael Moneo já assinalava esta questão:
"O conhecimento, a maestria, das técnicas de construção estiveram sempre implícitas a uma ideia de fazer arquitectura. (…) Paradoxalmente, é a flexibilidade da técnica que permite aos arquitectos esquecer a sua presença. (…) É algo absolutamente novo. No passado os arquitectos eram simultaneamente arquitectos e construtores. Antes da presente dissolução, a invenção da forma era também a invenção da sua construção. Uma implicava a outra.
(…) Por outras palavras, a arbitrariedade da forma desaparece na construção e ao arquitecto cabe ligar as duas. Hoje a arbitrariedade da forma é evidente nos próprios edifícios, porque a construção foi retirada do jogo do desenho da arquitectura. Quando a arbitrariedade é tão claramente visível nos edifícios, a arquitectura é morta; aquilo que julgo ser o mais importante atributo da arquitectura desapareceu." (2)

Em 1999, Rafel Moneo escreve "Paradigmas fin de siglo: Los noventa, entre fragmentación y la compacidad" onde identifica a fragmentação como metáfora do mundo contemporâneo…. Para Moneo esta ideia remete para outra ideia, mais geral que reclama um mundo sem forma, caracterizado pela fluidez, ausência de fronteiras, de permanente mudança, e onde a acção é mais importante que qualquer outra qualidade. A acção é considerada como um valor em si mesmo.
O panorama da arquitectura contemporânea é impreciso (no seu sentido figurado e literal), interessando-se por formas rasgadas e fragmentadas ou por texturas, artifícios e reflexos. A própria ideia de edifício é questionada. (3)

(1) Moneo, Rafael, "Sul concetto di arbitrarietà in architecttura", Casabella, 735, 2005, pp.22-33
(2) Moneo, Rafael, "The solitude of Buildings", 1985 [policopiado, Havard University Graduate School of Design]
(3) Moneo, Rafael, "Paradigmas fin de siglo: Los noventa, entre fragmentación y la compacidad", Arquitectura Viva, 66, 1999, p.17-24

quarta-feira, novembro 16, 2005

insustentável leveza


Ana Vaz Milheiro em "Arquitectura portuguesa 2000-2005: um guia temporário" entrega-se ao jogo das palavras. Tenta a análise, a crítica ou a enumeração de obras de arquitectura onde cola expressões a caminho do sentido vazio. O seu som é forte: o princípio da contextualidade, a experiência solidificada, a densidade artística, o rigor contextualista, a serena plasticidade, os recursos tipológicos e o sentido telúrico. E continua, "num segundo fôlego favorável à autonomia autárquica, criam-se condições políticas e económicas para a concretização de planos urbanos, alguns já iniciados, através do programa Polis, lançado em 1999."
2G Dossier, Portugal 2000-2005, p.4-19